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Os melhores do Oscar 2011 - parte 1

domingo, 27 de fevereiro de 2011


Fazia tempo que eu não me atualizava nos filmes de sucesso de cada ano. Preparei aqui uma lista comentada com os 10 filmes candidatos à estatueta do Oscar de melhor filme de 2011. Especialistas em cinema afirmam que esta edição do Oscar tem mais sabor de pipoca do que de filme-cabeça. E eu com isso? Valeu a pena assistir cada um.

O Discurso do Rei (The King's Speech, 2010)
George VI, duque de York, conhecido como Berty, é designado a assumir o trono de rei da Inglaterra. O problema é que Berty sofre de gagueira e naquela época, perto do início da II Guerra Mundial, estava surgindo o rádio. Todos os discursos políticos eram transmitidos em cadeia nacional e, daí, imagine, um rei gago fa-fa-falar em público. Depois de tentativas frustradas de se livrar da tartamudez, o novo rei conhece um especialista em discursos, Lionel, um senhor humilde. Nasce aí uma improvável amizade, entre um integrante da família real e um representante do povão. A terapia vai dando certo, mesmo com os choques culturais entre eles. No filme, interessante também é o paralelo feito entre um rei que luta pra falar sem gaguejar e os discursos inflamados de Hitler com sua oratória impecável.

F-f-f-fu...!

A Rede Social (The Social Network, 2010)
A recente história dos criadores do Facebook, aquela famigerada rede social agora espalhada em todo o globo. Mark Zuckerberg é o cara que transformou em realidade a ideia básica de uma comunidade digital para estudantes da Harvard. Noites a fio, desenvolveu o site e não tardou para ser reconhecido e expandido a outras universidades americanas. Todo esse sucesso despertou o interesse de vários empresários que viram ali um negócio, logicamente, promissor e bilionário. Quando isso passa a envolver muito dinheiro e uns malas como o criador do Napster, começa uma incrível rede de intrigas. Milhões estão em jogo devido a processos contra os criadores do Facebook. Mas isso é só uma bagatela perto da fábrica de dinheiro que se tornou essa rede social. O mérito é claro: um nerd que, ao copiar e pôr em prática uma ideia genial, transformou-se em um cara conhecido e multimilionário. 

Um nerd excêntrico com 500 milhões de amigos... Amigos?

Cisne Negro (Black Swan, 2010)
Nesse filme, a gatíssima Natalie Portman pinta e borda. Digo: dança e enlouquece. Nina é uma bailarina dedicada em tempo integral, que não mede esforços para se tornar a dançarina principal de um espetáculo chamado O Lago dos Cisnes. Na cobiça para viver esse papel, passa por tudo, desde o assédio do diretor artístico às suas crises psicológicas. É aí onde o espectador confunde a realidade com os constantes devaneios sombrios da atormentada dançarina, não sabendo mais distinguir o que é real do que é ficção. Um filme que mistura dança, suspense, horror, sexo e toques de humor (a cena do velhinho se insinuando para Nina no metrô é hilária).

Natalie Portman - Ei-iê! - numa cena que será típica das novelas das 8.
  
O Vencedor (The Fighter, 2010) 
Baseado em fatos reais, é sobre a incrível história do boxeador Micky "Irish" Ward. Antes de alcançar reconhecimento e sucesso, Micky era empurrado pelo seu irmão ex-boxeador e sua mãe aos ringues, sem treinamento e técnica aperfeiçoada. Levando peia direto, perdendo as lutas que disputava em desvantagem, e com a instabilidade familiar por seu irmão ser viciado em crack, Micky dá uma virada em sua vida quando consegue contrato com um novo empresário. É aí que dá uma guinada na carreira. Após sair da prisão, seu ex-treinador, ex-viciado e irmão volta e decide recuperar sua dignidade, ajudando Micky nas futuras conquistas até torná-lo num dos maiores nomes do esporte nos anos 80. O mérito aqui vai para a interpretação de Christian Bale, o ex-Batman, que perdeu toneladas de massa muscular para interpretar um típico viciado em crack. O que marcou ainda mais foi a trilha sonora do filme, que tem Led Zeppelin (Good Times Bad Times) e, mais espetacularmente, Red Hot Chili Peppers, bem na metade do filme, com Strip My Mind. Show à parte.

Nem o Coringa conseguiu tirar tanto peso do Batman.
  
Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right, 2010) 
Depois do sucesso daquele filme polêmico com um casal de cowboys gay, hollywood ataca novamente com um casal gay de mulheres. Numa sociedade bem mais tolerante, duas lésbicas casadas, Nic e Jules, são chefes de família e têm dois filhos conseguidos por inseminação. Até que os filhos conhecem seu pai biologico, Paul, o doador do sêmen. O vínculo com o pai cresce e as relações entre essa família inusitada ficam tensas quando Jules trai Nic com Paul. Uma lésbica, que explica sua opção sexual com a típica teoria freudiana, trai sua companheira com um homem. Aí Nic descobre e o final você conhece. A mensagem é: uma vez lésbica, sempre lésbica, e doador de esperma não passa de um doador de esperma e devastador de lar.

-- Olha ali, uma bolha de sabão!