Páginas

A arte de hoje

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011



Às vezes me pergunto o que é arte hoje em dia. Hoje, uma coisa qualquer pode ser uma fantástica obra de arte. Não precisa ser bem elaborada. Basta ter uma veia que se autointitule artística e que tenha um público alvo que aprecie uma idéia que pode beirar o ridículo para outro público. Aí está o terreno para explanações estéticas e conceituais do impacto da arte na modernidade. A arte hoje pode ser estranha, incongruente e insignificante para uma grande maioria. Isso por que, antes, artista mesmo, com dom, era admirado por qualquer um. Qualquer um se impressionaria com afrescos da Capela Sistina, com telas do Museu do Louvre ou com estátuas do Aleijadinho. Isso por que todos vêem ali uma arte que expressa uma mensagem direta, mesmo que intrigante. E não ligamos se há tom sobre tom, iluminação secundária ou qualquer outra conceituação artística. Simplesmente admiramos a obra, diretamente. E hoje? Bem, hoje você olha para um quadro branco ou uma geringonça pendurada ou jogada espetacularmente ao chão. Daí você, para entender – se é que é para entender -, começa a filosofar o por quê daquilo. Sai dali intrigado. Mas além de intrigado, não abstrai nada além de uma viagem alucinante em busca do que o autor quis mostrar. Essa mesma viagem é resultado talvez de uma idéia artística mergulhada ebriamente no mundo fabuloso dos efeitos psicóticos ou narcóticos. Ou não.

Aproveitando a deixa, me surpreendi com um trabalho que conferi, despropositado, no Centro Cultural Banco do Nordeste (Fortaleza). Encontrei, surpreso, um ensaio fotográfico feito em plena Praça Padre Cícero,no centro histórico de Juazeiro do Norte, em frente à fonte com a estátua de bronze do padre Cícero. Como nessas artes de hoje, saí intrigado e tive que registrar aqui. Presumo que deva ser algum registro de movimento por igualdade sexual ou coisa do gênero. Perdoe minha ignorância em não procurar o nome do artista ou sequer me informar sobre o que ele quis expressar com essas fotos. Isso fica a critério de cada um... Mas o padre Cícero, caramba, não aprovaria isso, logo embaixo do seu nariz.

No calorão de Juazeiro do Cariri, eis uma forma não convencional de se refrescar.
O guardinha municipal: "Aqui é terra de cabra homi, dotô!"
Essa, em particular, achei um desrespeito. E gay.


Trilha sonora dessa imagem: "Picolé caseiro Kariri, a qualidade é que faz a diferença".